Os zoológicos humanos do fim do séc XIX


Estou falando dos antigos zoológicos humanos que surgiram na Europa no fim do séc XIX,e sim você que está lendo entendeu muito bem,vários zoológicos onde o intuito era mostrar raças inferiores e selvagens com classificação de degradação humana segundo a sociedade branca da época.
Muitos caçadores iam a Africá,Austrália,Guiana e até mesmo o Brasil para capturar seres humanos que eles consideravam exóticos,selvagens,canibais,enfim a escória da 
raça humana e eram confinados em pequenas reproduções de sua terra em pequenos espaços e sendo obrigados a viverem de forma arcaica e de uma maneira agradasse ao público pagante.
Esses pagantes em sua maioria iam fazer sua visitinha a esse 'zoo' depois de uma agradável missa dominical e muitas vezes levavam alimentos que a davam a essas pessoas como se fossem animais.
O lugar onde tinha maior público para tal espetáculo era a França  e Bélgica e em alguns lugares chegaram a ser feitas verdadeiras reproduções das tribos dessas pessoas.
Muitos eram obrigados a trabalhar como escravos e a se reproduzirem,na maioria das vezes mantinham relações sexuais na frente das pessoas para que essas pudessem ver como era a reprodução desses 'animais' como eram chamados na época.
E pasmem houve até estudos para comprovar a hierarquia das raças e para promover que os outros povos eram inferiores devido a sua falta de articulação,o não conhecimento de uma língua branca,a forma de se vestir e de se portar.Tudo isso era 'estudado' e exposto em palavras para inferiorizar outros povos,por causa de sua cor,sua cultura,sua maneira de viver que não eram aceitas para o mundo 'civilizado'.

"Raças superiores" e "raças inferiores"
Simultaneamente, a inferiorização dos "exóticos" é consolidada pela tripla articulação do positivismo, do evolucionismo e do racismo. Os membros da Sociedade de Antropologia — criada em 1859, mesma data que o Jardim da Aclimação de Paris — estiveram por várias vezes nessas exibições de grande público, com o objetivo de realizar suas pesquisas voltadas para a antropologia física. Esta ciência, obcecada pelas diferenças entre os povos e o estabelecimento de hierarquias, dava à noção de "raça" um caráter predominante nos esquemas de explicação da diversidade humana. Através dos zoos humanos, assiste-se ao desenvolvimento da construção de uma classificação das "raças" humanas e da elaboração de uma escala unilínea, que permite hierarquizá-las de cima a baixo na escala evolucionista.
O conde de Gobineau, por exemplo, com sua obra Essai sur l’inégalité des races humaines (1853-1855), estabeleceu a desigualdade original das raças, criando a "beleza das formas, da força física e da inteligência", e consagrando assim as noções de "raças superiores" e "raças inferiores". Como muitos outros, postula a superioridade original da "raça branca", que detém, segundo ele, o monopólio desses três elementos e serve de norma, permitindo classificar o negro num estado de inferioridade irremediável, no degrau mais baixo da escala da humanidade, e as outras "raças" como intermediárias.

Os zoos humanos conseguiram sobreviver até o inicio da segunda guerra mundial,foram destruídos,mas ainda houve alguns que resistiram até o começo do séc XX,no qual obrigavam negros a viverem confinados e se trajarem de forma tipica como plantar,cozinhar e fazer esteiras.
Não vejo muita diferença entre esses zoos e os freak shows,no qual visavam mostrar as pessoas como aberrações da sociedade e por isso eram a escória,esses dois tipos de apresentação só mostram o quão sórdido o ser humano pode ser para provar que pode ser superior perante os que chamam de definições de raças.
Abaixo algumas imagens desses 'zoos humanos'

Menina capturada na Africa exibida em zoo da Bélgica(1958)


Casal de noivos da trino Zulu que saiu na revista National Geographic e que causou escândalo em 1896

Índios Galibi que viviam  no Oiapoque,exibidos em um zoo de Paris(1893)

Apresentador de shows 'excêntricos' posando com pigmeus(1893)

Fotografia para anúncio publicitário,com pessoas da tribo de Boschiman(1898)

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