Aquele sonho recorrente congelava a minha alma. Eu acordava suando frio, ofegante, tentando explicar todo o
horror absurdo para a minha esposa. Havia fire in the hole fogo por toda a parte. Paredes de chamas se
formavam. Em meio à onda infernal, o chão estava coberto de detritos de plástico derretidos.
Brinquedos.
Unicórnios de plástico, pequenos homens verdes do exército, pequenos robôs que gritavam "Perigo!" e "Eu
vou entrar!" enquanto as suas vozes metálicas gradualmente se distorciam por entre as chamas. Eu mal podia
olhar para o chão com todos aqueles rostos deformados e sem vida de plástico olhando para mim. Enquanto
eu procurava pela saída nesse sonho, eu percebi uma figura se aproximando através da chama. Era alguém
mais alto do que eu. Muito mais alto. Eu inicialmente pensei que aquela pessoa era um bombeiro, e com um
sentimento de alívio eu caminhei em direção a ela. Somente quando a forma maciça rompeu o fogo eu percebi
o horror que eu estava vendo. Uma boneca de pano gigante com olhos de botão e cabelo feito de fios se jogou
em cima de mim, com um sorriso silencioso que parecia evitar oferecer qualquer sentimento de alegria por trás
de seu rosto chamuscado. Rapidamente caindo e se inclinando, o brinquedo me prendia em um abraço, quase
como se me amarrasse em um nó.
A jornada dolorosamente lenta em direção às camadas mais profundas daquelas chamas extraía de mim
reações limitadas à chutes e gritos, mas o enorme brinquedo continuava a me apertar.
Então, o efeito do crack passava eu acordava... momentos antes das chamas em meu corpo trazerem consigo
uma versão final da morte. Como quase todas as manhãs, eu tentava distrair as lembranças de tal visão
aterradora simplesmente seguindo com o meu dia. Eu dava adeus a minha a esposa com um beijo, largava o
meu filho na creche, e por fim, eu afundava os meus dentes em um dia inteiro de trabalho no escritório.
Mas a última manhã foi diferente, e isso porque o próprio sonho foi diferente. Tudo o que levava até o clímax
era idêntico, mas enquanto eu involuntariamente era jogado no abismo ardente, a boneca sussurrou algo no
meu ouvido. Ela nunca havia falado antes. "Não lute, Mark. Eu sou maior que você."
A pronunciação quase musical e a voz infantil tornaram um sonho já inquietante em algo ainda mais
aterrorizante. Quando acordei naquele dia, eu mal conseguia me mover. Minha esposa tendeu a tentar falar
comigo após 15 minutos antes de eu vir para fora do quarto, fitando os seus olhos em paralisia impassível.
Durante todo aquele tempo, meus músculos pareciam estar queimando.
"Fique em casa hoje", ela insistiu: "Eu vou para o trabalho, mas você pode ficar por aqui e relaxar. Tudo bem?"
No começo eu era contra a ideia. Eu tinha que realizar minhas tarefas, não importava o meu estado. Porém, o
calor da minha testa contra as palmas das minhas mãos me fizeram reconsiderar.
"Tudo bem... você ganhou. Eu vou ficar aqui com o garoto."
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